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Prefeitura de Cuiabá viola armários e acusa falsamente enfermeir@s


 

No momento em que o Brasil ultrapassa um milhão de pessoas oficialmente infectadas pela Covid-19 e o número de mortos chega a 50 mil, Mato Grosso é um dos estados em que a curva sobe de maneira mais acentuada. Segundo a Secretaria de saúde, nesse 20 de junho os casos confirmados somam 9.262 e os óbitos 341, com epicentro em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis. Foram mais 19 mortes nas últimas 24 horas.


Mas além de enfrentar a pandemia, se desgastar em longos plantões e ficar a mercê do perigo de contágio que já atingiu dezenas de profissionais e ceifou algumas vidas, enfermeiros e enfermeiras de Cuiabá ainda têm que lutar contra o assédio moral da prefeitura que, a pretexto de vistoria, violou armários individuais e acusou sem provas a ocorrência de furtos de Equipamentos de Proteção Individual – EPIs. O fato exigiu desses profissionais mais um desafio: enfrentar a contaminação em manifestação de rua para proteger sua honra contra factóides fascistas.


Profissionais da saúde fazem manifestação contra o assédio moral da prefeitura de Cuiabá em frente ao hospital de referência para a Covid-19. Foto: http://www.mediaquatro.com


Não é de hoje o descaso do governo com enfermeiros e enfermeiras, como já denunciado pelos Jornalistas Livres. Para tratar dos doentes que já ocupam mais de 80% dos leitos disponíveis na capital, muitas vezes os profissionais têm que trazer EPIs de casa. Dos mais de 340 mortos pela Covid-19 no estado, 142 perderam a vida nos hospitais de Cuiabá, sendo 88 residentes na cidade e mais 54 de outras localidades, conforme reportagem da Gazeta Digital.


Profissionais da saúde fazem manifestação contra o assédio moral da prefeitura de Cuiabá em frente ao hospital de referência para a Covid-19. Foto: http://www.mediaquatro.com


No hospital de referência para a Covid-19 no estado, o antigo Pronto Socorro da cidade, que foi reformado e ganhou leitos específicos para o tratamento do novo coronavírus, a ocupação já é de 97,5%. Foi na frente dessa unidade que a Frente Popular em Defesa do Serviço Público e de Solidariedade ao Enfrentamento à Covid-19 realizou sua manifestação e distribuiu nota de repúdio (veja abaixo).


Pessoal da saúde é herói, mas não tem superpoderes. Foto: http://www.mediaquatro.com


Mesmo assim, o comércio continua aberto em Cuiabá, que apenas decretou toque de recolher entre 22:30 e 5:00 para evitar festas e aglomerações em bares na madrugada. Somente na segunda-feira, 22 de junho, os prefeitos de Várzea Grande e da capital, cidades separadas pelo Rio Cuiabá mas ligadas por três pontes de grande movimento, devem decidir sobre a implantação ou não de um lockdown para tentar diminuir a velocidade da transmissão do vírus na região metropolitana, como já faz Rondonópolis nos finais de semana a partir de hoje.



NOTA DE REPÚDIO – A Frente Popular em Defesa do Serviço Público e de Solidariedade ao Enfrentamento à Covid-19 manifesta seu mais profundo repúdio à ação difamatória e de assédio moral coletivo da Prefeitura de Cuiabá que, a pretexto de realizar vistoria, violou os armários dos trabalhadores no Hospital de Referência para Covid-19 e os expôs a situação vexatória com acusações não comprovadas de retenção de EPI e extravio de forma ilícita, de forma vertical aplicando penalidades.


Agindo dessa forma, a gestão municipal reproduz a prática bolsonarista de caluniar as/os trabalhadores da saúde, perseguir e tentar silenciar as denúncias de descaso para com suas condições de trabalho num momento em que o sistema de saúde já está além de seu limite como consequência do relaxamento das políticas de garantia de isolamento social digno a toda a população.

 
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